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O teatro do Abelardo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Então, 2020! Fica a gratidão por tudo que vivi e a todos com quem convivi em 2019. Lá no início do ano que findou, conheci o Richard e o André, dois alunos do Curso Normal do Instituto Olavo Bilac, que se encantaram com a Mala de Leitura e entraram de cabeça em tudo que fizemos durante o ano.

Em junho, pesquisando e procurando novidades para propor à cidade para o Natal, o Mário de Ballentti, ator e bonequeiro gaúcho, sugeriu montar uma equipe de cinco pessoas para tocar o Teatro do Abelardo, com o Auto de Natal de marionetes. Seria um desafio!

O teatro de bonecos sempre me fascinou. Eu e muita gente pequena e grande. E assim, abraçamos a ideia de reunir um grupo de adolescentes e jovens para a empreitada. Os dois primeiros, claro, foram o Richard e o André. A eles, se somaram a Letícia, a Luisa e o Mateus. No comando, ele, um dos maiores bonequeiros do Rio Grande do Sul, Mário de Ballentti, da Cia Caixa do Elefante.

O quinteto suou a camiseta desde a montagem da casinha que se transformou num lindo teatro no meio da praça. Em cada detalhe, o amor do Mário pelo que faz e o encantamento do grupo em meio a tanto aprendizado. Por trás da cortina, um ateliê de marionetes de fio, com ferramentas, painéis que eram os cenários do espetáculo, equipamentos de som e o sexteto.

Quem assistia não tinha ideia da engenhoca por trás da cena. Como bem diz o Pequeno Príncipe, tu te tornas responsável por aquele que cativou. Assim, eu via a trupe, diariamente, chegar bem cedo ao Teatro, para organizar as apresentações do dia, fazer um ou outro reparo nos fios, nas roupas ou ensaiar mais uma vez. Uma ação que envolveu outras pessoas na cidade, como o músico Marcelo Schmidt, que foi um super parceiro na gravação das vozes e montagem das trilhas.

Letícia, acadêmica de Design de Moda da UFN, Richard e André já apresentados, Luisa e Mateus estudantes de escolas da cidade, deram vida, voz e melodia aos bonecos do Auto de Natal que foi encenado mais de 20 vezes para uma plateia que ultrapassou as 10 mil pessoas. Mal começavam a colocar as cadeiras em frente ao Teatro, a plateia já chegava. Alguns ou muitos foram de tal forma encantados que iam todos os dias.

E se o tempo leva tudo aquilo que ele não ajudou a construir, aqui eu tenho certeza que essa vivência fez e vai fazer diferença na vida de todos. E o tempo vai reforçar e dar novos caminhos. A última sessão foi em tom de despedida e também de gratidão, ninguém sai da mesma forma que entrou de um laboratório cultural como esse. Que bom que um projeto como o Natal pode deixar resultados que vão muito além do entretenimento. A Oficina de Manipulação de Bonecos de Marionetes foi uma, quem sabe daqui a pouco poderemos ver em Santa Maria um núcleo de bonequeiros, uma arte tão antiga quanto mágica, bela e emocionante para crianças e adultos, porque sonhar é preciso.

E o Abelardo? Ah, esse é um cachorrinho querido e simpático que conquistou a todos, apresentando com maestria a história do nascimento de Jesus.

Por um 2020 com muita arte, cultura e cidadania! 

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